Acústica e isolamento térmico são alguns exemplos das exigências que fazem parte da nova norma, que entra em vigor em 19 de julho.
Uma nova norma de desempenho que define padrões de qualidade para a construção de imóveis da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) —a NBR 15575/2013 —entra em vigor no dia 19 do próximo mês (julho), depois de meses de discussão envolvendo vários representantes da cadeia produtiva da construção civil. Essa norma foi publicada em fevereiro deste ano e aborda parâmetros técnicos para quesitos como acústica e durabilidade das edificações, conceitos que não eram definidos nem passíveis de serem medidos ou comparados a um padrão.
Para esclarecer consumidores e construtores acerca do que muda com a publicação, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) elaborou o Guia Orientativo para Atendimento à Norma ABNT NBR 15575. O manual contou com as contribuições do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Um dos profissionais que integrou o grupo gestor que editou o guia é o consultor técnico do sindicato, Roberto Matozinhos. Segundo ele, essa norma vai trazer critérios e requisitos para edificações habitacionais. “Na verdade, ela muda a lógica das normas técnicas. Todas elas estabelecem o passo a passo de como produzir o material. Já a NBR 15575 aborda as exigências dos usuários, estabelecendo requisitos e critérios de conforto humanos, como acústico e térmico.”
Assim, além de atender às exigências no que se refere ao material de construção em si, os construtores terão de observar se em seu conjunto – por exemplo, se um cômodo construído possui acústica adequada – está dentro do estabelecido pela NBR 15575. “Vai ser avaliado o produto final, levando-se em conta o desempenho estrutural”, conta Matozinhos.
O presidente do Grupo de Empresas Mineiras de Arquitetura e Urbanismo (Gemarq) e coordenador da Comissão de Exercício Profissional do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/MG), Júlio Tôrres, diz que a NBR 15575 atua sobre o desempenho do edifício habitacional. “Ou seja, na forma como ele se relaciona com o usuário. Requisitos que antes eram tidos como subjetivos viraram condições técnicas parametrizadas, como a durabilidade dos sistemas, a manutenção da edificação e o conforto dos usuários.”
Conforme o arquiteto, com a norma, as novas edificações já deverão ser pensadas e executadas dentro desses novos parâmetros, com o alcance de índices mínimos de absorção acústica entre unidades. “Do modo como está feito, a espessura mínima de lajes, que hoje são comumente feitas com oito centímetros de espessura, passa para, no mínimo, dez centímetros. A temperatura interna dos ambientes deve ser menor ou igual à externa, o que gerará necessidade de materiais com maior capacidade de isolamento térmico nas fachadas”, exemplifica.
A bancária aposentada Marluce Braga Cardoso está otimista em relação à entrada em vigor da NBR 15575 e acredita que a norma dará mais segurança ao consumidor na hora de comprar um imóvel. Moradora há mais de dez anos de um apartamento no Bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte, ela conta que frequentemente há reclamações sobre o barulho de um apartamento para outro, transtorno que somente percebeu depois que ocupou o imóvel. “Até mesmo em relação ao uso da máquina de lavar à noite. Não me importo com isso, mas sim com o fato de incomodar os outros.
Disponível em: www.em.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário